sábado, 30 de julho de 2011

Relato: aumentado a produção de leite

relato aumentado a produção de leite, por Talita Uhr


Olá pessoal, gostaria de compartilhar com vocês uma experiência pessoal. É o seguinte, inicialmente começei essa experiência para poder doar leite, mas infelizmente depois descobri que como minha filha já tem 8 meses não posso mais doar. *

Mas decidi continuar o processo para usar como pesquisa e para ajudar mães com dificuldade de amamentar.

Quando minha filha era bem pequena eu até conseguia tirar bastante leite extra mas com o tempo acabou estabilizando, meu corpo produzia exatamente o que ela precisava. Se eu quisesse tirar 10 ml extra era um sufoco, de madrugada até conseguia um pouco mais mas não muito.

Só que eu sempre tive vontade de doar, porém sabia eu se quisesse mesmo era simples aumentar a produção, infelizmente demorei p tomar a atitude e acabei não podendo doar, mas serviu de teste.

Como que eu fiz?

É o seguinte, tem 2 coisas que todo mundo precisa saber antes de começar.

1° boa parte da produção do leite acontece na hora, mesmo que o peito esteja murcho
2° a quantidade de leite é regulada pelo estimulo do bebe, principalmente quando ele suga o leite gorduroso do finzinho.

Usando de base essas duas verdades eu adotei a seguinte estratégia. Manter meu peito murcho. Isso mesmo! Nos intervalos entre as mamadas eu tirava o Maximo de leite que podia com a bombinha e oferecia o peito murcho p minha filha mamar.

Mas ela não ficava com fome?

Não, ela só demorava mais p mamar pois a descida do leite era mais lenta, e a freqüência de mamadas Tb aumentou mas só isso, ela nunca passou fome.

Foram 4 dias no processo. No primeiro dia só consegui tirar 10 ml extra com muito esforço, no segundo dia, 30 ml, no terceiro 60ml, no quarto meu peito amanheceu empedrado de tanto leite e consegui tirar quase 120 ml.

Parei por ai, já que não preciso e todo esse leite extra. Estou usando o leite p tudo quanto é coisa, botando na papinha, fazendo iogurte etc.

Como vocês podem imaginar, se eu consigo aumentar a quantidade de leite com um procedimento simples, também poderia estragar tudo secando o leite ao fazer o processo inverso. Por exemplo dando NAN p minha filha e diminuindo o estimulo. Essa experiência não vou fazer, haha. Mas tem muita gente que faz sem saber por falta de informação.




A Talita me autorizou a postar aqui e eu achei ótimo, pq segunda a Aurora começa a ir pra creche e eu tô estocando leite em casa. 

* Só queria fazer um adeno, pois em alguns bancos de leite eles aceitam leite de mães de bebês maiores do que 6 meses. Eu doei quando estava em Ribeirão Preto (assunto pra um post a parte) e a Aurora já estava com 10 meses.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Leite materno à la carte

Por que não mamam seguindo um horário regular
O horário das mamadas é um mito. Houve um tempo em que se acreditava que os bebês tinham que mamar a cada três horas, ou a cada quatro horas (e dez minutos de cada lado, para maior escárnio!). Você já se perguntou alguma vez por que dez minutos e não nove ou onze? Evidentemente, são números redondos. Como alguns passaram a acreditam que um “número redondo” era um “número exato”?
Obviamente, nós adultos jamais comemos “dez minutos de cada prato a cada quatro horas”. Quanto tempo demoramos para comer um prato? Ora, depende do quão rápido nós comamos, que coisa! Aos bebês acontece o mesmo: se mamam rápido, demoram menos de dez minutos, e se mamam devagar, demoram mais.
Se comemos em horários fixos é somente porque nossas obrigações laborais nos exigem. Normalmente, nos feriados, saímos completamente dos nossos horários habituais sem que nosso organismo se ressinta minimamente disso. No entanto, ainda há quem ache que os bebês têm de se acostumar a um horário, com vagas referências à disciplina ou à digestão.
A comida dos adultos pode esperar. Nosso metabolismo o permite, e a comida será a mesma a qualquer hora. Mas o seu filho não pode esperar. Sua sensação de fome é imperiosa, e a comida muda caso se atrase. Porque o leite materno não é um alimento morto, mas um tecido vivo, em constante evolução. A quantidade de gordura no leite aumenta muito ao largo da mamada: o leite que sai no princípio tem pouca gordura, e o que sai no final tem até cinco vezes mais.
A quantidade média de gordura no leite em uma determinada mamada depende de quatro fatores: diminui com o tempo decorrido desde a mamada anterior (quanto mais tempo, menos gordura) e aumenta com a concentração de gordura ao final da mamada anterior, o volume ingerido na mamada anterior e o volume ingerido na mamada atual (a leitora curiosa pode consultar a excelente revisão de Wool-ridge sobre a fisiologia da lactância).
O bebê que mama nos dois peitos raramente acaba de mamar o segundo, assim podemos dizer, simplificando muito, que toma dois terços de leite aguado e um terço de leite concentrado. Já o que mama em um só peito toma metade aguado e metade concentrado. Se toma leite com menos gorduras (e portanto com menos calorias), seu filho pode aceitar um volume maior e com isso ingerir mais proteínas. De modo que o bebê que mama 50ml de cada peito não está mamando o mesmo que o que mama 100ml de um só peito, e as dietas do que mama 80ml a cada duas horas e do que mama 160ml a cada quatro horas são totalmente distintas.
O controle da composição do leite ainda é objeto de pesquisa e o que desconhecemos é, provavelmente, muito mais do que o que sabemos. Por exemplo, se observou que um peito costuma produzir leite com mais proteínas que o outro. Talvez seja pura casualidade. Ou talvez seu filho possa escolher, mamando mais em um peito ou no outro, uma comida com mais ou menos proteínas.
Você achava que o seu filho comia sempre o mesmo? Pensava que seria entediante passar meses tomando só leite? Pois agora você vê que com o leite materno não é assim. Seu filho tem à disposição um amplo menu onde pode escolher desde sopas rápidas até sobremesas cremosas. Como não sabe falar (nem o peito poderia entendê-lo) ele escolhe o seu menu dando instruções ao peito mediante três pontos básicos:
- a quantidade de leite que mama em cada mamada (ou seja, mamando mais ou menos tempo com maior ou menor intensidade)
- o tempo entre uma mamada e outra
- se mama em um só peito ou nos dois a cada mamada
O que o seu filho faz em seu peito é autêntica engenharia para obter a cada dia o que necessita. O controle de seu filho sobre sua dieta é total e perfeito quando ele pode variar à vontade os três pontos básicos. Nisso consiste a amamentação em livre demanda: que o bebê decida quando vai mamar, durante quanto tempo e se vai mamar em um peito ou nos dois a cada mamada.
Quando os impedimos de controlar um desses mecanismos, a maioria dos bebês consegue uma dieta adequada manobrando habilmente os outros. Assim, num experimento, a alguns bebês lhes deram sempre um só peito a cada mamada durante uma semana e os dois peitos a cada mamada em outra semana (a ordem das semanas era ao acaso). Em teoria, os bebês ingeriram muito mais gordura ao longo do dia ao mamar em um só peito que ao mamar nos dois. No entanto, os bebês modificaram espontaneamente a freqüência e duração das mamadas e conseguiram tomar quantidades similares de gordura (só que em volumes distintos de leite).
Mas o bebê que não pode modificar nem a frequência nem a duração das mamadas, nem decidir se toma um peito ou os dois, está perdido: já não tomará o leite de que necessita, apenas aquele que por acaso chegue até ele. Se sua dieta se distancia muito de suas necessidades, o bebê terá problemas: seu peso não será adequado ou passará o dia faminto e choroso.
Por isso a amamentação com horário raramente funciona e o resultado é tão mais catastrófico quanto mais rígido for o horário que se impõe. O bebê necessita mamar de forma irregular porque só assim pode ingerir uma dieta equilibrada. Desde o primeiro dia, embora aparentemente esteja tomando só leite, seu filho já escolhe sua dieta num amplo leque de possibilidades e já escolhe sempre com acerto, tanto em qualidade quanto em quantidade. 
("Mi niño no me come", de Carlos González, capítulo 2; tradução de Paloma Varón, do blog http://fotocecilia.blogspot.com/)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Geração WiFi

Me amarrotem que eu estou P A S S A D A!

Daí que eu fui num restaurante e lá tinha uma área infantil. Beleza, Aurora começou a perturbar porque agora tá numa onda de querer ficar engatinhando e pseudo-andando por tudo quanto é canto e eu acabei levando  ela pra brincar. A menina tentava interagir de tudo quanto era jeito com as outras crianças. Jogou bolinha, chamou com a mãozinha, fez dá dá dá, foi no pé da gurizada e nada. Deviam ter umas cinco crianças e todas, todas mesmo, estavam cada uma num canto jogando alguma coisa no vídeo game. Ninguém conversava, ninguém interagia e a Aurora lá, implorando por algum tipo de interação. Teve até uma menina que deu moral pra ela, mas a guria não queria saber de dividir os brinquedos e meio que tomou tudo da Aurora. Uma outra criança, sentada num canto pintando, não queria papo com ninguém. O pai chegou, tentou falar, e a guria lá, parecendo uma autista, sem dar atenção pra nada.

No lado das crianças que tavam jogando video game tinha um moleque que, sem brincadeira, no auge dos seus 8 anos falava mais palavrão que eu, e olha que sou boca suja pra caralh*. De "desgraçado" pra baixo. Juro, nunca ví isso!

Fiquei pensando... Gente, nessa época eu queria mais era saber de correr e me sujar, e não de ficar igual uma demente na frente do vídeo.

O garçom até tentou trazer um dvd pra Aurora e ela, pro orgulho da mamãe, não prestou atenção nem 2 minutos. O negócio dela é fazer arte, brincar com palitinhos de sushi, rasgar papel, dar papá pra gente, fazer barulinho com copo de plástico, enfim, nada dessas tecnologias (graças a deus!).

Isso sem contar as galeras em mesas adjacentes siacabando cada um com o seu blackberry no facebook, twitter e afins. MUITO difícil conversar! Aí fica cada criança no seu respectivo vídeo game e os pais, por sua vez, cada um com seu celular conectado na internet. Quer dizer, pra quê interação social né? Daí depois nego reclama de deficit de atenção, dda e etc. ÓBVIO que vai ficar com DDA. Não aprende a interagir! Desde cedo plugados em seus respectivos pc's, com pais que não conversam e uma avalanche de informação rápida (internet). Estranho seria se não ficassem com sequelas.

Eu AMO tecnologia, adoro pc e me policio muito pra não virar uma tele-tonta e nem deixar meu vício pela internet atrapalhar minha interação social com quem eu amo, mas putz, eu nunca fui assim. Acho um exagero nego que come o tempo todo na frente da tv, que conecta no orkut de 5 em 5min e que, no final das contas, acaba deixando de conversar com que está sentado ao lado pra ficar falando com nego que tá lá no paquistão.

Sabe, eu tinha uma amigona que toda vez que eu ía dormir na casa dela, lá tava ela na frente do pc, conversando com gente da finlândia, alaska e butão e eu alí, parada atrás dela, migalhando um pouco de atenção, implorando pra ela desligar 5min e conversar comigo. Fico pensando que daqui há uns anos as interações sociais vão ficar restritas à telas e teclados. E eu e a Aurora aqui, querendo brincar, torcendo pra luz acabar e desconectar geral para, enfim, podermos interagir.

bem que o Quino tava certo...










No final das contas, morar na roça tem suas vantagens. Lá pelo menos essas coisas ainda não tão populares e as crianças ainda vão umas nas mesas das outras pra chamar os amiguinhos pra brincar.
Sorte a delas!