sexta-feira, 30 de setembro de 2011

1 ano minimalista e meio natureba

Daí que eu e o Lu, com o aniversário da Aurora, decimos fazer uma festa sem firulas, sem princesas e sem rosa. Se eu ainda tivesse em Brasília, teria pego as kiança tudo e levado pra fazer um piquenique no parque da cidade MÁS como aqui não tem parque, decidimos alugar um salão de festas e comprar a decoração toda nas férias (que a gente passou no RJ com a minha mãe). Rodamos e compramos 90% das coisas na Rua Tereza lá em Petrópolis (que aliás, eu super recomendo pra quem quer comprar quinquilharia a um preço ótimo) e assim foi. Nos dois fizemos tudo: do salgadinho à decoração e eu vim mostrar pra vocês! :)

 O bolo de leite ninho. Eu fiz com a minha sogran! Ficou show né? Se liga no trabalho profissa!

Os convites a gente comprou pronto, mas decidimos enfeitar e colamos um fuxico num ímã de geladeira e penduramos um mini-pregador.  


Galera concentrada enrrolando brigadeiros 


 Aqui em casa até vô preguiçoso trabalha


A cobertura do bolo (não reparem no entulho na pia) 


Mesa do bolo

 Esses eram os enfeites de mesa. Era tipo uma cestinha de eva com um monte de jejubas. As mesas dos convidados eu forrei com TNT.



Esse trenzinho as irmãs do meu padrasto acharam num brechó e mandaram. Ficou lindo e a Aurora adora brincar! Ele anda e toca musiquinha! Uma coisa de fofo!

Então, eu acho que valeu a pena fazer tudo. Sei lá, eu gosto de trabalhos manuais e faria tudo de novo, só que com mais calma. Sobrou muita comida (metade dos meus convidados resolveu não ir de última hora) mas tá valendo! A Aurora curtiu até e no final da festa até fez dançinha! 

Do lado da mesa dos convidados, tinha uma mesa com comes e bebes. Fizemos, além dos salgadinhos (todos vegetarianos) e brigadeiros, suco, espetinho de frutas, mini pizza e demos de lembrançinha um trem daqueles de soprar bolha. Ficou simples, baratinho e homemade. O próximo eu quero mais simples ainda, e de preferência ao ar livre. Vamos ver o que eu consigo fazer! hehehheehe

domingo, 25 de setembro de 2011

Bolo de amora sem leite e sem ovos

"Cê gosta de amora? Vou contar pro seu pai que você namora!!!"


Entonces, me gusta pra caralho essa coisa de frutas da estação e pans, mas particularmente me encantam as amoras, que quem viveu em Brasília durante a infância sabe que essas frutinhas são um prato cheio pras brincadeiras de casinha. Não tem coisa mais gotosa do que subir num pé de amora e ficar lá, só comendo, em cima da árvore mesmo! Em quase todas as quadras (quarteirões) tem pé de amora, e elas são disputadissímas!!! Cansei de voltar da escola e ficar catando amora! Minha memória afetiva fica radiante quando chega essa época do ano! (L)

Daí que na UFLA tem um monte de pé de amora, e como os butineiros (o pessoal da agronomía) só dá atenção pra milho e feijão, as amoras ficam esquecidas e os pés, carregadaços! Ontem eu e o Lu não resistimos e catamos um monte pra levar pra Aurora. Como ela não deu muita atenção e de noite eu cismei que queria comer bolo, acabei fazendo um com essa receita! Deliciem-se!


Ingredientes
- 2 xíc de farinha de trigo
- 1 xíc de açúcar
- 4 col de sopa de coco ralado
- 1 xíc de amoras
- 1 col de sobremesa de fermento em pó
- 2 xíc de água morna
- 4 col de sopa de óleo de laranja
- 1 col de sobremesa de cacau em pó (aquele chocolate dos padres)

Modo de preparo
Ligue o forno antes de começar pra ele ficar pré-aquecido.
Peneire a farinha de trigo e o açúcar e misture tudo, menos as amoras e o fermento. Quando tiver tudo misturado, acrescente o fermento e misture mais um pouquinho. Despeje a mistura em uma forma untada com óleo e farinha de trigo e, por último, coloque as amoras. Afunde um pouquinho as amoras na massa do bolo com os dedos pra elas ficarem bem espalhadas. Leve ao fogo médio por aproximadamente 45 minutos.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mobilização para Doação de Leite Materno Nacional


Mobilização para Doação de Leite Materno Nacional

A partir de 1 de outubro inicia-se a semana nacional de mobilização para doação de leite materno, abrange todas as mulheres que amamentam, independente da idade da amamentação, basta participar e doar!


Tema da Campanha: "VOCÊ TEM A CURA EM SUAS MAMAS!" 

Convocamos todas as mães brasileiras e do Grupo AMS a estarem fazendo as suas doações neste dias. Vamos comemorar o Dia Nacional de Doação de Leite Materno doando leite á todos os bebês que precisam deste líquido precioso!

Saiba mais sobre o Banco de Leite nesta série apresentada pelo Dr. José Martins Filho na TV Conexão Brasil:


Relação do Bancos de Leite no Brasil:

http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=356


Uma história de sucesso para inspirar:
Curta nossa campanha permanente:

http://www.facebook.com/pages/Doe-Leite-Materno-Campanha-Nacional/173644672689716

E poste o nosso Selo de Doadora em seu blog!

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=173652556022261&set=pu.173644672689716&type=1&theater


BASTA LIGAR PARA O BANCO DE LEITE MAIS PRÓXIMO DA SUA RESIDÊNCIA E SE CADASTRAR. O BANCO ENVIA UMA ENFERMEIRA ATÉ VOCÊ, QUE DARÁ TODAS AS ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS. PARA A PRIMEIRA DOAÇÃO, É NECESSÁRIO ARMAZENAR A PRIMEIRA DOAÇÃO EM UM RECIPIENTE DE VIDRO COM TAMPA DE PLÁSTICO. OS DEMAIS FRASCOS SERÃO DOADOS PELO HOSPITAL. A ENFERMEIRA IRÁ SEMANALMENTE JUNTO COM O CORPO DE BOMBEIROS FAZER A COLETA DOMICILIAR. MAS FÁCIL IMPOSSÍVEL!

Por favor, nos ajudem a divulgar e alcançar o máximo possível de novas doadoras!

Simone de Carvalho
Administradora da "Aleitamento Materno Solidário"

Meninas, participem, nem que seja pra doar 30ml por semana já é válido!

Lembrem-se, prematuros podem até ir a óbito por leite artificial, pode causar hemorragia intestinal e sem retorno, ou seja, sem chance de vida!!!

Informem-se e encorajem-se pra doar, é um ato de vida e amor!
(Postado por Adeise Marcondes na comunidade do orkut Gravidez, Parto e Maternidade)

Cadê meu tapeteeeeeeeeeeee II

Lembra que eu disse que roubaram o meu tapete de porta aqui? Pois é, ontem eu chego em casa e pra minha surpresa, quem estava lá, todo sujinho e com cara de esquecido, me esperandinho na porta???

O próprio!


Fiquei tão feliz!!!

Acho que algum vizinho com coração deve ter lido o meu blog e feito o ladrão devolver ou coisa do gênero. (L)

Ai ai, ainda há esperanças no mundo!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Entrevista com Ina May Garskin




Entrevista com Ina May Gaskin

" Descobrimos que as coisas fluem mais facilmente no parto se a mãe consegue rir. É meio engraçado, sabe, a bolsa de água se rompe em locais e momentos inconvenientes. A pessoa tem que relaxar um pouco e pensar “ok, parir é assim”. Entenda que não havia TV naquela época, como hoje, em que se pode assistir a um parto a qualquer hora do dia ou da noite, onde geralmente você vê uma peridural ou cesárea, mas você não verá o bebê realmente saindo porque eles embaçam a imagem, não é? É difícil ver a parte mais interessante, desculpa, censurado, não podemos dizer, porque o bebê está saindo de um lugar tão socialmente destruído que não se pode ver. Então, mostram uma incisão porque é aceitável ver o corte, o sangue espirrando, as mãos cavucando para tirar o bebê, mas não podemos ver um bebê nascendo naturalmente. Acredito que, se as pessoas pudessem ver o que nós parteiras vemos o tempo todo, as mulheres não teriam tanto medo, porque na verdade é algo muitas vezes bonito. 

Você também pode observar algo que jamais verá nos livros médicos: a expressão no rosto da mulher pode dizer se ela tem ou não uma laceração, vocês já ouviram falar disso? Eu aprendi isso observando os primeiros 50 partos, porque tive o privilégio de estar com pessoas que não ficaram aborrecidas comigo ou sentiram-se invadidas se eu realmente as observasse no momento do parto. E claro que pude fazer isso porque, se a mulher tem um bebê dentro de um ônibus escolar, não importa se no meio do inverno ou num verão muito quente, ela ficará nua, começará a tirar a roupa uma vez que, quando você está parindo, é uma sensação horrível ter tecido encostando na sua pele, a não ser que você esteja num lugar congelante, o que não era o caso. Então, eu podia ver o que estava acontecendo, podia observar a mulher inteira e aprendi que muito está relacionado com o humor dela e outras coisas que não estão em livro algum. 

Por exemplo, houve uma mulher que era uma amiga e que estava tendo seu primeiro filho. Ela foi a minha quadragésima segunda e mais da metade delas era de primíparas, como ela. Então, ela entrou em trabalho de parto e chegou a 8 cm relativamente rápido e pensei “que ótimo, vou ver este bebê nascendo antes da minha viagem à tarde” e depois as coisas passaram a caminhar mais devagar. Nós tínhamos estado rindo, brincando, divertindo-nos, porque quando a mulher está tendo dores, contrações, o que eu chamava “rushes”, já que não gostava muito dessas palavras, uma vez que nem todo o mundo tinha dor ou sensações que elas chamariam de “dor. Eu não tive. Você também não? (perguntando a alguém da produção). Eu gostei! Então o que você faz? Algumas mulheres dizem “é a pior coisa que já senti na vida” e outras pessoas falam “isso não é ruim, é até excitante”. Tínhamos os dois tipos e também algumas que nem sabiam o que estava acontecendo, nem imaginavam que estavam em trabalho de parto.
 
Neste caso particular, lá estava essa mulher e subitamente o ambiente ficou silencioso e me perguntei se o bebê iria nascer. Perguntei se poderia checar a dilatação novamente e ela concordou, então examinei e ela estava somente com 4 cm! Ela não fez nada que eu tivesse visto que pudesse mudar as coisas, nunca soube que alguém podia “desdilatar” o cérvix, nunca li isso num livro e àquela altura, eu já havia lido muitos livros médicos. Eu disse a ela “sei que seu cérvix pode abrir, porque já abriu. Tenho certeza absoluta de que você estava com 8 cm, mas observei que você não está mais rindo das nossas piadas bobas e é a única diferença que posso notar no seu comportamento. Então por que você não começa a rir de novo para ver se isso vai consertar as coisas?” Ela também tossia e eu já tinha reparado em como era a tosse dela antes e agora, quando ela tossia era bem fraquinha, como se estivesse fazendo um esforço para não ativar algo mais profundo. Aí ela começou a rir novamente e adivinhe: teve o bebê. Aprendicom isso algo muito importante: o trabalho de parto pode regredir em mulheres. Eu meio que sabia que isso poderia acontecer com animais porque lembro da minha tia contando casos. Aqui, se as crianças queriam ver o nascimento de um potrinho, era a única ocasião em que permitíamos que tomassem refrigerante, porque assim ingeriam cafeína e ficavam acordados a noite toda. Quando iam dormir, a égua dava a luz. É assim, as mamíferas não querem ser observadas, o cérebro não gosta de ser observado quando estamos permitindo que algo grande saia do nosso corpo. É por isso que banheiros públicos costumam oferecer privacidade em cada vaso sanitário.
 
Então fui para a cama cheia de livros médicos para ver se não os tinha lido cuidadosamente. Fui a uma biblioteca médica para ver se isso havia sido publicado e não havia nada a respeito. Finalmente, fui falar pessoalmente com um monte de enfermeiras e parteiras e todas as que tinham alguma experiência estavam familiares com o fato de que, algumas vezes, examinam a paciente, anotam no prontuário uma dilatação X e depois quando reexaminam descobrem que a dilatação diminuiu. Perguntei se elas não escreviam isso e a resposta foi “os médicos sempre dizem que cometemos um erro, que fizemos o toque errado da primeira vez”. Os médicos com quem conversei também não sabiam a respeito disso. Pensei “se isso acontece, por que não está registrado em livros?
 
Descobri que os médicos não sabiam disso porque eles não checam a dilatação com tanta freqüência quanto as enfermeiras e, quando eles viam alguma anotação neste sentido, deduziam que havia sido uma falha da enfermagem. Assim, claro que não será registrado em livro algum, já que enfermeiras não podem colocar num livro algo que vá contra o que dizem os médicos, porque eles ganham mais. Entenderam? É assim que informação importante é deixada de fora dos livros. Eu penso que isso é muito importante. 
Veja o que foi preciso para consertar esta situação: ao invés de dizer que a moça teve um padrão disfuncional de trabalho de parto, eu pensei “hum... o cérvix já estava dilatado antes, como o comportamento dela difere do que era quando havia maior dilatação? Ela estava rindo e contando piada, isso a fez dilatar e depois ela teve medo porque começou a sentir que seria a maior liberação de fezes da vida dela (é assim que a mulher se sente no período expulsivo: como se fosse evacuar uma melancia). E o que fazer? Aliviar o medo e aí ela abre novamente.
 
Há uma outra situação levemente similar. Assisti a um casal, quando ainda estávamos na caravana, que era brilhante. Sabe o que faziam para aliviar a dor das contrações? Beijavam-se. E isso a fazia sentir bem relaxada, como se pode imaginar. Pensei “que criativo! Como não pensei nisso antes?” E eles pareciam bem, como se não estivessem preocupados com nada, que é exatamente o que se deseja. Dois anos depois, estávamos aqui com uma mulher que já havia tido 2 bebês anteriormente e que estava muito amedrontada. Era uma mulher bem pequena, assim como o marido. Ambos pareciam secos, frágeis, apavorados, com pupilas muito pequenas, aterrorizados. Pensei “este bebê nascerá de qualquer forma, isso não está impedindo o trabalho de parto, mas ela vai lacerar”, porque ela estava rígida de pavor.
 
 
Aí lembrei do outro casal e disse (esperei até que ela não estivesse tendo uma contração): “Linda, eu tive uma idéia. Por que você não tenta beijar o Richard durante a próxima contração? Vamos ver o que acontece.” A esta altura, ela provavelmente teria feito qualquer coisa que eu sugerisse, menos entrar no carro e ir ao hospital, porque seria uma viagem bem desconfortável na estrada de terra e ninguém queria isso. 

Então ela fechou os olhos, colocou os lábios bem juntos, ele fez o mesmo e simplesmente encostaram os lábios um no outro. Pensei “minha nossa, eles não sabem como beijar”. Mas, claro, a regra é não criticar uma mulher em trabalho de parto, porque é a pior coisa que se pode fazer. Então, esperei até acabar a contração, ela abrir os olhos e estar pronta para receber mais informação e sugeri que tentassem de novo, desta vez, “Linda, coma boca aberta”. Não me importava o que Richard faria, só queria que ela abrisse a boca porque já tinha reparado que quando a mulher dá a luz de boca aberta, com a mandíbula relaxada, a probabilidade de laceração no períneo é muito menor e a maioria das mulheres não tinha laceração, então eu nem tinha aprendido a dar pontos ainda.
 
Ela fez isso e adivinhe: o bebê estava no períneo, um bebê maior do que os outros que ela já tinha tido e o períneo estava intacto. Vinte e cinco anos depois ela escreveu uma estória para mim e disse que o casamento havia tido problemas, a vida sexual era morna, embora houvesse amor entre eles e ela disse que aquele parto consertou tudo no casamento por causa do beijo. 

Ela diz que agora recomenda às filhas, que estão tendo bebês “não esqueçam de beijar”. Se estão no hospital, as pessoas vão sentir-se envergonhadas fazendo isso, mas eu digo que é mágico porque se um casal se beija no hospital, pode até aborrecer algumas enfermeiras, mas o que acontece é que as chatas vão embora, incapazes de suportar e aparecem as simpáticas. Se o casal está junto há tempo suficiente para ter um filho, tenho certeza de que a lei permite o beijo. Pode deixar as pessoas desconfortáveis, mas quem se importa? Se ajuda a parir seu filho e salvar pontos no períneo, pode ser uma coisa muito boa.

Nós não sabíamos muito a respeito de hormônios nos anos 70, exceto pelo fato de conhecermos os processos, sem saber que hormônios estavam envolvidos. Trabalhei empiricamente, em coisas que sabia serem verdadeiras através de experiências pessoais e pelo que podia observar.

Sabia, depois de ter amamentado meu primeiro bebê que havia relação entre estímulo no mamilo e contração uterina. Sabia disso e não precisava saber que havia ocitocina sendo produzida. Agora se sabe que a glândula ptuitária produz ocitocina, numa forma melhor e mais segura do que aquela que vem do vidrinho, que não é derivada de humanos. Seria muito difícil estimular a produção excessiva de ocitocina, porque para fazer isso, haveria dor. Você não estimularia o mamilo a ponto de produzir tanta ocitocina e levar a uma ruptura uterina, o que pode ocorrer quando ela é obtida por injeção ou infusão intravenosa. Por isso é que é necessário regular a dose de ocitocina cuidadosamente e pessoas diferentes têm tolerância diferente.
 
Então, se quisermos estimular um trabalho de parto, podemos usar estimulação dos seios, claro. Sabíamos disso e também que, se quiséssemos a contração do útero após o parto, a melhor coisa é ter o bebê nos braços, perto do seio, estando ele sugando ou não. A simples presença do bebê ao seio estimula a produção de ocitocina. Isso economiza nos custos, é de graça, obtido da fábrica química materna. 

O que não sabíamos é que nosso corpo produz opiáceos. Você sabia disso? Endorfinas. Especialistas em medicina esportiva sabem bem disso: se há um atleta machucado que está em campo, está jogando bem e ficando empolgado com isso, é preciso que haja alguém observando cuidadosamente de fora se aquela pessoa não está se machucando sem perceber. Contagiado pela excitação do jogo, é possível sofrer uma contusão sem notar. Aprendemos a usar a endorfina a nosso favor, o que pode ser feito através da risada, expressões de amor, porque ocitocina e endorfinas trabalham bem juntos. Ocitocina e catecolaminas (adrenalina) são antagonistas e é este que vai atravancar o parto.

Agora chegamos ao que eu chamo de a trava do esfíncter, algo nunca falado por aqui, mas eu te digo que se você viajar ao redor do país num ônibus escolar, você precisa ter seu próprio vaso com você, especialmente se tem filhos pequenos. Imagina se a cada vez que alguém precisa urinar, você vai parar a caravana toda? Acho que não. Então você está fora de casa e diariamente tem que lidar com as excreções do dia. Você acaba ficando mais familiarizado com o processo excretório do que morando numa casa onde há banheiro do lado de dentro. Você não sabe tanto a respeito de fezes comparado com alguém que não foi criado desta mesma maneira.
 
O que então é que possibilitava as mulheres a dar a luz e todas as parteiras serem o tipo de pessoas que permitem tal processo? Porque há pessoas que são tão tensas que um bebê não consegue nascer na presença delas, sabia disso? Há pessoas que, se entrarem no quarto, todas as mulheres em trabalho de parto travarão. Por quê? Porque elas não sentem bem, mas de uma forma tão forte que praticamente nenhuma mulher consegue ficar em trabalho de perto na presença delas. 

Trouxe uma mulher certa vez a um hospital e o médico, que era totalmente contrário ao parto domiciliar, praticamente a estuprou com os dedos, fazendo um toque vaginal e levou-a de 7 cm (eu havia checado) para 4 cm de dilatação, porque ele foi tão bruto com ela. Entre estupro e o ato prazeroso de fazer amor, não há diferença no tamanho do órgão envolvido. Não tem nada a ver com tamanho, mas com a ferocidade no ato. 

Então, um exame vaginal delicado não parará um trabalho de parto, pode até encorajar, por outro lado, um exame bruto e ruim, por exemplo se é uma mulher fazendo o toque, tentando provar que ela não é lésbica, isso seria suficiente. Almeja-se gentileza. 

Pensei em como explicar isso e lembrei “esfíncter”. Sabemos que temos o esfíncter anal e o esfíncter vesical. Por que não chamamos o cérvix de esfíncter? Ele age como um. O que é um esfíncter? Uma abertura de um órgão que tem capacidade de contração e de encher-se com alguma coisa e aí ele se contrai e aquele esfíncter que se mantém fechado sem se exaurir, porque é parte do sistema muscular involuntário, pode abrir-se e obliterar-se, o que está no órgão sai e depois ele se fecha novamente. Por que não chamamos o cérvix de esfíncter? Não sei o porquê, mas é um músculo circular, que não obedece a mais comandos que a bexiga ou o reto.
 
Você não pode dizer a alguém “quero que você evacue exatamente às 09:00 e, se não conseguir, estará em maus lençóis.” Isso ajuda? Acho que não! Freud reclamou disso, ele achava que as crianças estavam com problemas se não evacuassem precisamente na hora certa. Mas eu digo que, se ele tomasse conta daquelas crianças todos os dias, elas teriam-no ensinado uma coisa e ele relaxaria, se tivesse tomado conta dos próprios filhos. Porque o que as crianças normalmente fazem aos 2 anos (qualquer pessoa que já teve filhos pode me corrigir): elas ficam quietinhas num canto, com as costas viradas para você e aí sim é a hora de sentá-los no penico e fazer disso uma experiência prazerosa para elas. Se elas não se divertem lá, aquele esfíncter ficará mais “tímido”. Esfíncteres são tímidos, isso é importante. E eles não obedecem a ordens. Se seu dono está assustado, humilhado, eles travam-se , rapidamente. 


Tenho que agredecer ao meu marido por me dizer coisas que eu não saberia se não fosse por ele. Segundo ele, se há um bando de homens num banheiro público, todos lado a lado de frente para os urinóis, de forma que um possa ver o outro e todos estão urinando, quando de repente alguma coisa chega e os assusta, eles todos param involuntariamente. Não é interessante? Esfíncter travado. Ninguém nunca disse que isso é errado. Eu poderia! Dr. Wynne, que é o médico de quem falei, que retirou o bebê prematuro, estava certa vez em Washington, DC, num banheiro público num congresso. Todos estavam urinando quando de repente entram vários policiais do serviço secreto e, no meio deles, Henry Kissinger e aí: todos pararam.
 
Estamos falando de gotas de urina, então não deveríamos nos surpreender quando, no trabalho de parto, a cabeça de um bebê de 9 ou 10 libras pára de descer. Esta é uma forma de proteção da natureza porque a mãe tem todo o seu equipamento sensório bem aguçado na hora do parto. O olfato, a audição, a visão, é tudo mais aguçado que o normal e isso é para que ela sabia onde encontrar um lugar seguro para dar a luz, já que ela estará temporariamente incapacitada de levantar e sair dali, enquanto o bebê estiver saindo pelo canal de parto. É por isso que às vezes ela progride ao ponto de a cabeça do bebê já estar visível e, se há perigo, na maioria das vezes com os mamíferos (já houve tempos em que não tínhamos armas nem paredes à nossa volta nos protegendo dos predadores), há parada de progressão. 

Nós podemos repetir para convencer a mente de que o hospital é um lugar seguro, mas pode ser que o animal dentro de você não perceba da mesma maneira. Talvez o cheiro não seja adequado, o som de alguém chorando no quarto ao lado incomode e pronto: isso é suficiente para reverter seu trabalho de parto. E pode acontecer até no caminho, indo para o hospital ou com a primeira picada da agulha no braço. O fato de algumas pessoas tolerarem isso e permanecerem em trabalho de parto não significa que todas consigam. É isso que chamo de trava do esfíncter. Basicamente, se você não consegue evacuar com um bando de gente olhando, pode ser difícil ter um filho neste tipo de ambiente. Então, superamos isso em hospitais com peridurais e infusões de ocitocina, né? Mas isso não significa que seu corpo está relaxado e aceitando tudo como se estivesse numa situação em que a mãe se sente segura, como no seu próprio quarto, em casa.


Traduzido por Flávia Mandic

terça-feira, 20 de setembro de 2011

o tal do ócio

O meu ponto é que, nos dias de hoje, a gente corre tanto, mas tanto, que acaba nem ficando com os nossos filhos. Eu mesma, que faço faculdade, me divido em 1000 pra dar conta de tudo (e olha que eu tenho empregada). Esse semestre eu optei por fazer menos créditos (eu sempre fazia 30, 27 no mínimo, agora tô fazendo 15) e eu e o Lu decidimos que iríamos intercalar os nossos horários pra que a Aurora ficasse só meio período na creche. Acho que ficar o dia inteiro na escola, longe dos pais, é um saco.

Minha mãe sempre trabalhou muito. Viúva, com uma filha pequena e longe da família, ela tb tinha que se virar pra me sustentar (e sustentar tb meus avós e minha tia no RJ) e quase não sobrava tempo pra mim. Mas né, a gente entende, pq ela precisava disso pra nossa sobrevivência, sendo que ela era a única fonte de renda de 5 pessoas. Daí que um período da minha vida eu tive que ficar em horário integral na escola e lembro até hoje do quanto eu chegava em casa morrendo de sono e tédio, porque era simplesmente um saco TER QUE fazer, além das aulas no período da manhã, as aulas complementares tipo música, artes, natação e etc sendo que a única coisa que eu queria era assistir TV e dormir! Simples assim!

Outro dia a minha mesma mãe me contou que o filho de uma amiga dela estudava numa escola super legal, descolada e pans. Que lá o muleque fazia jardinagem, que as turmas tinham só 5 alunos e pans e do nada a criança começou a não querer ir pra escola e a mãe não entendia, já que, na visão dela, a escola era super pimpona e coisa e tal. O resumo da ópera é que um dia o menino virou pra mãe e disse: Mãe, mas porque é que eu tenho que ficar tanto tempo longe da minha casinha? Eu gosto tanto daqui! Gosto das minhas coisinhas, do meu quintal e dos meus brinquedos. Deixa eu ficar em casa???

Aí eu fico pensando que, além da gente não ficar com os nossos filhos, também empurra-os pra atividades que eles prefeririam não fazer, e acabam não tendo um tempo (precioso, a meu ver) de ócio. É, você leu certo, ócio mesmo. Já ouviu falar de ócio criativo? Pois é. A gente só tem idéias legais com a cabeça descansada. Sem contar que as crianças precisam desse tempo de "não fazer nada", ou então simplesmente só brincar mesmo, sem necessariamente ter que produzir alguma coisa ou aprender algo.  Morro de dó daqueles adolescentes que fazem mil cursos e só chegam em casa às 19h (tipo eu há uns anos atrás). Óbvio que não é pra deixar a criança o dia inteiro solta sem fazer nada, mas também não precisa programar o dia inteiro da pobre sem deixar nem um espaçinho pras brincadeiras. O lúdico, nessa fase da infância, deve ser a principal atividade, e não é através de um monitor ou atividades dirigidas que a gente vai estar estimulando a atividade, e sim sentando o rabo no chão e brincando junto com eles, ou então só estando por perto e observando as crianças interagindo umas com as outras, contando histórias ou então montando acampamento na sala.

Bora não castrar a imaginação dos nossos filhos e deixá-los brincar mais ao invés de ficar com o rabo grudado numa cadeira ouvindo um professor monologar por longas 4h de aula?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

1 aninho!!!!!!

PARABÉNS minha filha maravilhosa, linda, amada, cheirosa e gostosa!!!

Conte sempre com o meu amor, meu carinho, minhas mãos e meus pensamentos sempre que você precisar! Obrigada por me escolher pra te auxiliar nessa caminhada que a gente chama de vida.
Você é a Luz do meu dia, a estrela maior da minha vida! Sem você minha vida não teria nenhum sentido!

Que você tenha uma vida feliz, plena, recheada de aventuras, amores, felicidades e boas escolhas. Que você saiba levantar quando cair, que saiba amar e dividir, que não se deixe abater pelas frustrações que a vida inevitavelmente traz e que você seja sempre essa criança feliz e iluminada e um adulto bem resolvido e feliz com as próprias escolhas!


Mamãe te ama com todo o coração, princesa!