sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Não vá carregada para o parto!

(esse texto maravilhoso foi postado pela Rebeca no facebook e eu resolví colar aqui. tô numa vibe parto, como dá pra perceber)


O medo, a insegurança, a falta de auto-confiança, a distância em relação ao corpo são pesos que carregamos para o parto e vão condicioná-lo. Preparar-se para o parto é sobretudo aliviar a carga.
A parteira mexicana Naoli Vinaver diz que carregamos muitas malas conosco para o parto. Não é só a mala com as nossas roupas e as do bebé. São as malas com tudo o que temos por resolver na nossa vida, com tudo aquilo que o que nos amarra. São malas bem pesadas, por vezes. E às vezes são imensas. Durante o trabalho de parto vamos libertando-nos de muitas delas, vamos nos desamarrando. Por isso se diz que o parto pode ser transformador. Mas se o peso for excessivo, o parto pode arrastar-se, complicar-se ou até não ter início. Por isso, a enfermeira parteira Lúcia Leite diz que "a preparação para o parto faz-se no coração e na cabeça, trabalhando os medos e a auto-confiança."
Por isso, o obstetra Ricardo Jones escreve: "Tanto quanto no sexo, existe muito mais no nascimento humano do que o que se pode encontrar no corpo e suas medidas."
Apesar de a obstetrícia ainda não incorporar na sua prática esta evidência científica, a verdade é que se descobriu
"uma nova dimensão no nascimento, qual seja, a indissociabilidade das emoções e sentimentos ao lado dos eventos mecânicos já conhecidos. Ficou evidente que muitas mulheres falhavam em ter seus filhos de uma forma mais natural porque algo além do corpo as impedia."
O medo faz com que as mulheres estejam contraídas e não deixa libertar as hormonas que estimulam as contracções e a dilatação. Isto é assim porque somos mamíferos e a natureza, que sabe o que faz, encontrou esta forma de proteger as nossas crias: elas não nasceriam em ambiente ameaçador, mas apenas quando a mãe estivesse tranquila e segura.
Tendo em conta estas evidências, vale a pena preparar-se e aliviar alguma da sua carga. Faça-o por si e pelo seu bebé. Um parto com menos intervenção é um parto mais saudável, com menos riscos, que leva a um pós-parto infinitamente mais fácil. O poder de dar à luz o seu bebê está em si. Só tem de descobri-lo. Deixamos-lhe algumas dicas:

- Converse com alguém da sua confiança, fale dos seus medos, mesmo daqueles que parecem mais inconfessáveis, mais patetas, mais simples ou mais complicados.

- Se não tem ninguém com quem falar do mais íntimo do íntimo, dos medos mais inconfessáveis, se lhe custa verbalizar, ouvir-se dizer coisas que ainda nem percebeu muito bem... escreva. Um diário de gravidez é bom, mas é para deixar para a história. Escreva num caderno que seja só seu, onde não sinta os olhares de quem vai ler. Registe
sentimentos, medos, inseguranças e estará a libertar-se de um grande peso. Escrever é uma excelente maneira de deitar cá para fora porque ninguém nos está a ouvir, mas também de organizar as ideias, trabalhar os medos, estruturar as prioridades.

- Participe em listas de discussão sobre parto humanizado.

-  Procure uma doula que a poderá acompanhará na gravidez, no parto e no pós-parto dando-lhe apoio emocional, ajudando-a a desfazer muitos dos seus medos.

- Faça uma lista daquilo que quer fazer ou resolver antes de do parto. Não se limite às compras e à preparação do quarto do bebé.

- Pratique ioga ou pilates. Ajuda não só fisicamente, mas também mentalmente, promovendo bem-estar e a união com o bebé.

- Aprenda técnicas de relaxamento ou meditação. Para quem tem altos níveis de ansiedade, estas técnicas são uma excelente forma de encontrar mais tranquilidade e confiança no próprio corpo. Um relaxamento profundo produz ondas cerebrais alfa, diminui a tensão arterial, reduz a tensão muscular, logo reduz também o stress e a ansiedade.

- Visualização positiva: visualizar o bebé estimula a ligação com ele e acalma os medos.

- Abrande o ritmo perto do final da gestação. Se puder, suspenda o trabalho. Dedique-se a fazer o ninho e relaxar. Passeios à beira-mar e ouvir música são boas actividades para aproveitar o fim do tempo de gestação.

(Originalmente publicado em Portugal no site http://www.mae.iol.pt/artigo.php?id=1070113&div_id=3627

2 comentários:

Mariana Rovida disse...

Obriga Aretha!

Eu precisava ler isso :)

Maíra disse...

Esse texto é muito bom mesmo! A Naoli falou muito sobre isso no workshop dela, sobre ir carregada para o parto e tals!

Aqui, zuou que ela tá vindo morar no Brasil né?! Putz! Vou começar a poupança para importar ela pra BH! Uauuuuuu!!! Até arrepiei agora! rs!

E realmente, o povo aqui em MG dirige mal demaaaaisssss! Aqui em BH é barberagem atrás de barberagem! Credo!

Ah, e sobre o bebê... xii, menina, nem sei pra quando vai ser não, viu? Resolvi não pensar mais nisso por enquanto, sei lá. Preciso dar um jeito na minha vida primeiro. Além do mais, a Paula anda num desgosto com o mundo (pessoas, sociedade, etc e tal) que anda com um papo que não queria ter filhos, e coisa assim. Então, como vc pode ver, a coisa aqui tá braba! rs!

Mas tipo, vem pra BH algum dia sim, quero muito rever vc e conhecer a Aurora!

Beijo